Lucidez
Por quem possa ser, ou apenas queira,
Deixe-me reencontrar o perdido caminho.
Fico com meu equívoco tão mesquinho
De pensar você, viva, carne, inteira.
E não foi sonho, pois seria asneira.
Você não quer, mal posso ser vizinho.
Se digo que adivinho, não adivinho
Com o coração amando dessa maneira.
Sentimentos tão diversos de endereços,
Desencontros que assinalam os tropeços,
Tudo aponta para um fatal destino.
Por isso, deixe-me, “deixe-me em
silêncio”,
Antes que esse fosso se torne imenso,
Antes que contraiamos um tumor maligno.
Mário Simon
Santo Ângelo- RS
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