Abracei outro
dia a saudade
E com ela fui
ao passado procurar
Aquele restinho
de felicidade
Que há tempos
deixei do coração escapar.
Caminhei por
estradas empoeiradas
Revendo os
tempos de minha infância
Até alcançar as
campinas das paradas
Das vaquejadas
que ficou na distância.
Revi as matas
aonde cantava a Juriti
E o varjão em
que vivia o Avinhado.
Passei pelo
ribeirão do buriti
Onde eu me
banhava despreocupado.
Um batido
estridente chamou minha atenção:
Era o batido da
velha porteira
Que marcava na
curva do estradão
A divisa da
fazenda boi8adeira.
No alto do
espigão uma cruz abandonada
Lembrou-me do
antigo companheiro
Que tombou ali
na invernada
No pesado
serviço de carreiro.
Revendo o velho
Ipê florido no descampado
Ouvi o canto da
amiga Seriema na beira do capão.
Então senti meu
coração bater descompassado
Pois a
felicidade ainda estava ali no meu
sertão...
Fiz a despedida
ali mesmo da saudade
Porque
encontrei o que tinha ido buscar.
Nesse momento o
estribilho do despertador
Devolveu-me
para realidade:
Naquele dia
notei que a felicidade está no amor
E não
precisamos ir longe para com ela se
encontrar!